sábado, 10 de abril de 2010

Seleção de 1994 X Fla 2010

Calma leitores, não se trata de um jogo, um amistoso ou sequer um jogo de vídeo-game =)
Trata-se de adaptação de artigo escrito pelo jornalista André Rocha, do Globo, em seu blog OlhoTático: http://colunas.globoesporte.com/olhotatico/

Depois de muitos testes na busca da melhor formação para encaixar Vágner Love na base campeã brasileira, o técnico Andrade começa a encontrar alternativas táticas para que o jogo rubro-negro flua em 2010. E o esquema que privilegia os laterais e a dupla de ataque remete a uma seleção brasileira tão contestada quanto bem sucedida.

No Mundial dos Estados Unidos, a equipe de Parreira conseguiu contornar os desfalques dos Ricardos (Rocha e Gomes) que formavam a zaga titular e a péssima fase de Raí com bom desempenho dos substitutos Aldair, Márcio Santos e Mazinho. Mas também porque o sistema e o padrão de jogo já estavam assimilados desde o final das Eliminatórias no ano anterior.


O 4-2-2-2 se baseava na segurança defensiva proporcionada pela proteção de Mauro Silva e Dunga à frente da zaga e nas jogadas pelos lados, com as combinações de Jorginho e Mazinho pela direita e Leonardo, depois Branco, e Zinho do outro lado. Pelo centro, Bebeto recuava para buscar o jogo e municiar o irresistível Romário. Como a dupla de ataque se entendia só no olhar, os meias podiam abrir bem o jogo para espaçar a marcação adversária. A conquista foi sofrida, porém justa. E tirou o Brasil da fila.

O Flamengo que quer o bi da Libertadores após 29 anos e o inédito tetracampeonato estadual vai seguindo instintivamente o mesmo desenho tático para que Love e Adriano brilhem e a equipe não afunile tanto buscando a dupla e facilite a marcação.

Para isso, o meio-campo enfim começa a se definir em um quadrado para que os meias Kléberson e Petkovic ou Vinícius Pacheco deem o suporte necessário a Leonardo Moura e Juan pelos flancos e abram o meio para que Love venha pegar a bola e procurar Adriano para as tabelas.

Nas últimas partidas, o técnico Andrade vem tentando montar um time com base no 4-3-1-2 que não vem dando muito resultado, ora com Maldonado – retorno importantíssimo pela tranqüilidade e liderança, ora com Toró ou Williams. Porém, neste esquema tático, que normalmente tem Maldonado (ou Toró) mais plantado, além de Williams por um lado e Kleberson pelo outro, além de Pet na ligação está longe de favorecer a liberdade dos laterais.

Nas poucas vezes em que houve mudança para o 4-2-2-2, o time rubro-negro voltou a crescer, a entrada de Pacheco (ou do recém integrado aos quase-titulares Michael) na vaga de Petkovic ou na de Kleberson, tem favorecido as semelhanças entre as duas equipes, tanto no fato de abrir os laterais quanto pela efetividade.

O Fla fica mais veloz no 4-2-2-2, mais guarnecido atrás e o Império do Amor funciona melhor com mais possibilidades. O entrosamento é cada vez melhor e a nova forma de jogar privilegiaria os goleadores, assim como ajudou Bebeto e Romário a fazerem a diferença em 1994 (a comparação aqui é tática e de relevância, não técnica).


No meio-campo, Maldonado emularia a função de Mauro Silva à frente da zaga há 16 anos e Willians se multiplicaria como o incansável Dunga no meio. Ainda que em alguns momentos os volantes recuem demais e abram um buraco na intermediária, parece a solução mais inteligente.

Semelhanças à parte, o Flamengo que sonha com um ano histórico vence mesmo sem convencer e espera superar a pressão dentro e fora de campo e as adversidades nos momentos decisivos com a mesma fibra, organização e aposta no talento de seus atacantes que foram as principais virtudes de uma seleção coberta de críticas, mas que acabou com um jejum de 24 anos sem taças.

Por: Emannuel Campos

3 comentários:

  1. Bem, a comparação é pertinente. Visto que acho que a qualidade dos jogadores que integram o grupo do Flamengo atual é muito maior que da Seleção de 1994, com a exceção do Baixinho.


    P.S.: Em breve o blog lançará uma leitura tatica de cada jogo do Mengão. Esperem...

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  2. Gostei da comparação, mas apesar de concordar com o nosso amigo Mário, o Flamengo não tá chegando nem perto das belas apresentações que a seleção de 94 fazia em seus jogos, mas com a qualidade que tem pode ser que venha a apresentar a tão sonhada exibição que os torcedores rubro negros esperam!

    Abraço a todos!

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  3. Gostei da prancheta de Emannuel!! Se cuida Joel!!! Tua hora tá chegando, vamos fazer eles chorarem de novo.

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